segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Ninguém me convence

Faz um tempão que eu morro de vontade de ir a um estádio de futebol, ver um jogo ao vivo. Eu até que frequento estádios – para ver Pearl Jam, U2, Madonna, Aerosmith… Minha única oportunidade de ver futebol, por assim dizer, foi aqui na Vila Belmiro, um jogo sem graça do Santos contra o Coritiba, há pelo menos uns 8 anos (Robert ainda jogava no Peixe, lembram?).

Eu sei bem que ouvir um CD do artista ou ver o show pela televisão não é a mesma coisa que ver o show ao vivo. Creio que em um espetáculo esportivo tenhamos esta mesma relação de valor. Há coisas que você só sente in loco, coisas que você vê de uma forma diferente, e invariavelmente, melhor e com mais emoção.

Não sou boba de dizer que espetáculos de rock/pop são os eventos mais tranquilos do mundo, mas nunca passei sufoco nenhum. Afinal, pense, não tem ninguém contra ninguém em um show, pelo contrário, todos estão lá aproximados pela admiração a uma entidade comum – o cantor, a banda, a estrela.

Infelizmente, para alguns marginais, o jogo de futebol deixou há muito de ser um espetáculo esportivo para ser um ringue, um palco para exibicionismo de um suposto “poder” e “superioridade”, uma forma de dar vazão à testosterona não gasta por não precisarmos mais caçar para viver.

Rivalidade deveria durar o tempo exato do evento. Depois disso, lamentar-se com exagero e reações exarcebadas não passa de uma forma bem idiota de preencher o vazio em vidas de pobres coitados que se acham melhores porque torcem para o time A ou B. Triste? Não, a minha fase de tristeza passou faz tempo. Raiva, sim. Veja só você, estas pragas conseguem espalhar raiva por todo o canto…

E fica pior ainda quando você lembra que nenhum destes marginais será punido. Todos estarão lá, berrando, agredindo e matando, em um ciclo que nunca se encerra, sem que ninguém os aborreça. Copa do Mundo? Olimpíada? Vocês estão brincando comigo, me fazendo engolir esse sonho goela abaixo. Eu não acredito neste sonho, eu não consigo ver como isso vai dar certo. Espero por um milagre de competência, eficiência, organização e punição severa dos malfeitores, ou algo que varra esses elementos malditos das torcidas, assim como os políticos corruptos e ineptos, como um tsunami, e leve para um mar sem fundo.

Ainda assim, talvez um dia eu me arrisque no setor das cadeiras, intimidada, pequena, cercada por uma grande maioria também medrosa, que leva filhos e família meio que com o coração na mão. Nós todos, dominados por meia dúzia de pessoas (com a força de 1 milhão) que se odeiam só porque escolheram times diferentes para torcer – se é que esses imbecis se lembram que está ocorrendo um jogo de futebol.

Que ódio.

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