domingo, 23 de agosto de 2009

Lá vai Rubiiiinho!

11:11 - Não, eu não perdi a hora da corrida. Vi tudo! Volto logo mais.

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11:14 – Bem, hoje foi diferente. Acordei sem querer e sem ser chamada pelo despertador, por minha conta, às 8:50. Não estava a fim de levantar das cobertas e fazer a “cobertura on-line” do GP da Europa, disputado na pista de Valência, Espanha. Aliás, com aquela praia e aquele porto, me fez pensar que Santos, quando crescer, poderia abrigar uma pista com aquele visual, não? Sonha, Aline, sonha…

Dessa vez resolvi acompanhar a prova primeiro e falar tudo depois. Fui bem mais tolerante com as frases de efeito (ou, muitas vezes, de “defeito”) do narrador oficial, porque queria ouvir a participação do Felipe Massa, que o tempo todo mandava suas mensagens sobre a prova. Um sacrifício válido.

Na largada, os três primeiros mantiveram-se em suas posições. Amilton, mais leve, abriu logo. Seu companheiro de McLaren, Kovalainen, passou a segurar o ritmo de Rubinho. Kimi largou bem e pulou para 4º. Por um tempo, o finlandês da Ferrari ficou bem próximo do brasileiro, mas aos poucos Rubens conseguiu se distanciar e se manter próximo de Kova – fundamental para sua estratégia.

Amilton parou na volta 16 e Kova voltou logo em seguida. Com a pista livre, Rubinho seguiu à risca o que deveria ser feito : acelerou tudo o que podia para ganhar o tempo suficiente para parar e voltar na frente de Kovalainen. O brasileiro parou e, aos gritos de “solta, solta!” da narração oficial, não só voltou bem à frente do Kova, como ficou muito próximo do líder Amilton. Etapa 1, cumprida.

Enquanto eu tomava café, aconteceu alguma coisa com o Vettel, que parou mas teve que voltar aos boxes. Bom pra Webber e Button, até então vice-líder e líder do campeonato, que estavam mais para trás, lutando por poucos, mas preciosos pontos. Lembremos que os últimos campeonatos foram definidos por pentelhos de nada (/Nelsinho Piquet). E pra piorar a situação do jovem alemão da Red Bull, seu motor fumou – mais um perdido neste fim de semana. Agora ele tem mais 2 motores para as próximas 6 corridas. São permitidos 8 motores durante a temporada inteira, se usar mais que isso ele pode ser punido com perdas de posições na largada. Nicht gut, junger Mann…

O “estreante” Badoer estava discreto até fazer seu pit-stop, ser ultrapassado ainda na área de boxes pelo outro estreante (esse, estreando mesmo) Grosjean e ainda passar por cima da linha branca que separa a área de saída dos boxes da pista, e por isso ser punido. Pronto, apareceu. Comentário do live timing da F1 : “It’s not been a glorious return to F1 racing for the Italian”. Há!

Rubinho seguia andando forte e chegando em Amilton, quando o inglês foi para os boxes, quatro voltas antes do previsto. Pelo jeito, foi tão surpresa que nem a equipe foi avisada e não estava pronta para a parada. O resultado foi perda de tempo nos boxes e perda da posição para Rubinho. Nesse momento, a equipe Brawn e Rubens já sabiam o que fazer, mais uma vez : acelerar em ritmo de classificação. Enquanto isso, nos boxes da Mclaren, papai Amilton balançava a cabeça e a namoradinha do rapaz fazia cara de bumbum. Ah, esquece, ela sempre está com essa cara…

Nakajima Jr. também resolveu aparecer com um pneu estourado e Gavião Bueno quase morreu do coração, pensando na possibilidade da entrada do Safety Car, o que levaria para zero a diferença entre Rubens e Amilton. Mas a equipe Brawn, que tem Brawn, não perdeu tempo e chamou o brasileiro para sua última parada. Voltou em primeiro, tudo certo. Etapa 2, concluída.

Enquanto isso, na briga pelo campeonato, Button passou Webber na parada dos boxes e ganhou aqueles pontinhos que podem fazer a diferença no final. Lucro, em um fim de semana sem muito brilho para ele.

Como a minha turma da Federal costumava dizer nos nossos jogos de truco, “ agora é só administrar* ”. Era só  Rubinho administrar e chegar ao final para sua primeira vitória em 5 anos, a 100ª vitória brasileira na F1. A vitória do atleta mais ZOADO da história esportiva nacional (inclusive por mim, não vou dizer agora que nunca soltei minha língua ferina). Enquanto trazia o carro para os boxes, era aplaudido pelos membros de todas as equipes, o que prova que é uma pessoa querida no meio. A sua relação com a cobrança brasileira por resultados é uma outra história, mal-resolvida, bem mais complicada, deixa pra lá.

O que importa hoje é que Rubens Barrichello ganhou, sambou e nos fez ouvir o Hino Nacional. A emissora oficial soltou o tema da vitória, em uma versão diferente daquela que a minha geração ouviu, mas que da mesma forma, vem carregada de lembranças. Ótimas lembranças, como as que Rubiiiiinho deixou hoje. Vai Brasil. Lá vai Rubiiiiiinho!

Resultado Final – GP da Europa (Valência, Espanha)

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Fotos (motorsport-total.com)!

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A “sambadinha” já consagrada (e momento de leve vergonha alheia). Ao lado, os três primeiros no pódio.

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“Eu sou lindo… absoluto… eu sou o Jenson…”. Mas quem comemorou hoje foi seu companheiro de equipe.

* “agora é só administrar” é uma expressão que se consagrou na nossa turma pois, todas as vezes em que foi usada, quando uma das duplas estava em grande vantagem no truco, acontecia a reação e a grande virada da outra dupla. Ou seja, era sinal de mau agouro. Mas hoje deu certo, ufa…

3 comentários:

Alexandre disse...

Todo mundo zoando o rapaz e o bicho agora como vice brigando pelo título da f-1.

Nós temos na F-1 um pouco daquele soberba do futebol, esse é o karma do Rubinho.

Unknown disse...

Pois é Aline, o maior risco foi essa sucessão de "hora de acelerar", algo que ele não está muito acostumado. Mas a Lady Murph é tão boa, mas tão boa que aplica-se a si mesma e de vez em quando as coisas dão certo.

Persiolino disse...

O Rubinho lavou a alma...Não é qualquer um que chega a fórmula 1. E não é qualquer piloto que ganha 10 corridas...

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