domingo, 1 de julho de 2007

Baby, I love your way

De acordo com o senso comum, povos latinos são quentes, calorosos, emocionais. Povos anglo-germânicos ou nórdicos são frios, desprovidos de alegria, insensíveis. Ah, e calculistas também, porque a Rede Glóbulo me ensinou que todo mundo que é frio, por tabela é calculista.
O mestre Gavião Bueno faz questão de ressaltar que Massinha é mais querido dentro da Ferrari por ser mais afinado com a italianada. Por corresponder aos abraços efusivos, tapinhas nas costas, discursos inflamados da maioria italiana da equipe. E por fazer melhor a social. Segundo Gavião, o chefe Jean Todt até leva Massinha para passear.
E o Kimi Raikkonen? É o Iceman. Quando ganha, quase não comemora. Quando perde, não fica triste. Aliás, é difícil saber quando ele está feliz ou caidinho. Seria uma espécie de Cigano Igor do automobilismo : impossível decifrar pela expressão, que é sempre a mesma. E o chefão da equipe não o leva para sair. Ô dó.
A verdade é que, frio ou quente, Kimi foi competente hoje. Mais que Massinha, mais que a mega revelação (e bom moço) Hamilton. Pedalou para cima de "Robinho" logo na largada, mandou ver nas voltas antes do pit-stop e ganhou a posição do Massa, que barrichellonicamente, reclamou do tráfego. Oh, vida, oh, azar.
Realmente, carisma não é o forte de Kimi. Talvez lhe falte um marqueteiro semelhante ao de David Beckman. Talvez ele devesse se esforçar mais. É até bonitinho, o danado, bem mais que o Massinha Zacarias. Dizem que este seu jeito mais contido poderá lhe custar caro na carreira. Além do mais, o moço tem fama de zicado, pé-frio. Frio como só ele mesmo poderia ser.
Kimi tem que lidar com estes revezes e com as críticas ao seu jeito ultra-blasé. O pessoal tira o maior sarro. Hoje, então, que ele ganhou e foi discreto como sempre, os comentaristas não se controlaram. Não conseguem entender como o Iceman pode ser tão iced.
Para mim, isto é uma tremenda bobagem. Brasileiro adora se vangloriar de que é um povo alegre. Grande coisa. Cada um tem o seu jeito de ser, que é moldado pelo ambiente em que se vive, pelas pessoas que se conhece, pelos genes, pelo clima. Só porque os brasileiros saem dançando até atrás de caminhão de gás, não quer dizer que sejam melhores. Muitos acreditam que são.
Hoje, por exemplo, a latinidade de Massinha não adiantou PN. Nem vou mencionar a sambadinha de Barrichello ao longo do anos (e nem foram tantas). O próprio Schumacher meio que foi se acostumando ao mundo ferrarista e habituou-se a reger o hino italiano. Quem sabe o Kimi também não se solta aos pouquinhos. E se não o fizer, não vejo problema. Ganhe corridas, e a sua simpatia será posta em segundo plano.
Não poderia encerrar sem dizer que uns dos boatos que correm sobre Kimi Raikkonen é que ele é um exímio bebedor. Pé inchado style. Já foi pego dirigindo mamado e perdeu a carteira. Já abaixou as calças em público. Já soltou a voz no karaokê.
Low-profile, bêbado contumaz, tocando o f...-se para o mundo, querendo ser apenas um cara normal, sem posar de exemplo para ninguém, sem puxar o saco do chefe, sem média com a imprensa. Kimi achou o seu modo de saber viver. Cool, Kimi. Keep walking.


Kimi e a campanha Sede Zero.


UPDATE : "É até bonitinho, o danado...". Uau.


2 comentários:

Semiramis Moreira disse...

Realmente dizem que quando ele bebe ele chama Zezus... deve ser engraçado... mas o que realmente importa é ser competente na hora certa, não é?

Cristina disse...

Mais uma corrida que eu esqueço de assistir... e eu acho ele lindão (tenho uma ligeira queda por loiros rs), mais do que nessa foto que você postou :p

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