E assim tudo terminou...

Imagine a cena...

Uma mocinha bronzeada saindo de um táxi, de onde ouvia a largada do GP Brasil, carregando uma mala de 10 kg, além de bolsa e mochila, atravessando uma avenida correndo, quando sua amiga grita de dentro do táxi : "O Hamilton tá fora!".

E lá fui eu correndo, subindo as escadas e chegando em casa esbaforida. Na verdade, Amilton não tinha saído da prova, apenas tinha feito mais uma cag..., digo, besteira, em um momento crucial do campeonato. Amarelou. De novo.

Enquanto eu desempacotava as roupas, lembranças, me recompunha, tomava um banho, comia, a corrida seguia para um desfecho improvável, aquele que, de longe, seria o mais justo e porque não, o mais divertido.

Os brasileirinhos desavisados devem estar com aquele papo furado de que "o Raikkonen só foi campeão porque o Massa deixou passar", "O Massa foi muito prejudicado pela Ferrari", "eu sou brasileiro e não desisto nunca", "blá, blá, blá". Mas hoje eu vou perdoá-los, pois estou benevolente após uma semana de descanso. Além disso, não dou atenção para torcedor meia-boca que só se interessou pelo assunto porque a corrida era no Brasil. Vão passear, meus amores. Vão acompanhar "Duas Caras".

Voltando ao principal...

Não é bonito quando uma coisa quase impossível acontece? Eu acho. Não é legal também quando algo que você quer ver acontecer, mesmo sendo contra as possibilidades, mesmo quando é uma coisa meio banal, como a decisão de um campeonato de F1, acontece do jeito que você pensou? Banal, eu digo, pois é um fato que não mudará em nada a minha vida, afinal, não sou piloto, nem dono de equipe, nem patrocinador. O que me fascina é presenciar algo passar da sua imaginação para a realidade, como se você, por alguns segundos, mandasse no Universo, e ele sempre girasse conforme a sua nobre vontade.

Foi legal, foi divertido e foi justo ver Kimi Raikkonen (preguiça dos tremas...), meu piloto favorito, ser o campeão mundial de 2007. Ao vencedor, as batatas, a vodca, a caipirinha e tudo o mais. Tchau Amilton, amarelão. Tchau Alonso, chorão. Tchau Massa, Zacarias. Tchau Ron Dennis, rei da pizza.

E não é o máximo ver o grande campeão com aquela cara de "ganhei um conjunto de 6 copos no bingo beneficente"? Quer coisa mais nojenta e chata que gente deslumbrada com o sucesso, poder, dinheiro, esfregando na cara dos outros, dizendo "ai, como eu sou phoda"? Por que precisamos nos esgoelar para comemorar as coisas boas da vida? Alguém duvida da felicidade de Kimi neste momento? Eu não.

Viva a competência, a justiça, a beleza, o esporte e a discrição. E manda a breja que hoje a noite é longa!

Clique aqui para rever todas as "críticas" de F1 publicadas neste blog. Não me considero entendida no assunto, sou apenas fã. Mas foi uma ótima experiência.

UPDATE : Ai meu DEUS !! Pára tudo! Querem dar um jeitinho do Hamilton ganhar de qualquer maneira!! Clique aqui.

UPDATE 2 : Eu sei, eu sei, Luiz Amilton, que você queria ser campeão. Titio Bernie queria, titio Ron Dennis queria, papi Antônio Amilton queria também. Mas não é assim, fofinho. Não é roubando informações de outra equipe, não é copiando acerto do carro do vizinho, não é sendo o protegidinho da categoria, não é sendo a "novidade" da F1. É na pista, tá, querido? Mesmo fazendo um monte de coisa feia nos bastidores, você e sua equipe poderiam ter ganhado o título de pilotos, se não tivessem feito merdinha nas corridas decisivas. Você é um excelente piloto, tá? Não precisa de maracutaia para vencer. Ou precisa? Hein? Calma... não chora... não foi desta vez. Agora, levanta esta cabeça e bola pra frente, ok? Beijos e não me liga, mas se você tiver o telefone do Fernando, pode me passar. Até ano que vem.